Quando eu tinha imobiliária e não entendia nada de tráfego pago, eu tinha o mesmo problema da maioria dos corretores. Muitas captações paradas na carteira e nenhum cliente interessado em comprar.

Os meus leads pingavam a conta gotas dos portais imobiliários (eu pagava todos) e mesmo assim meus corretores precisavam ficar ligando para listas frias se quisessem ter a chance de vender alguma coisa.

Eu já não sabia mais o que fazer e comecei a procurar no Google alguma empresa que resolvesse esse problema em Sorocaba. E encontrei.

Uma agência de Marketing Digital. Eles atendiam desde padaria até loja de roupas e o trabalho principal deles era de gerar clientes para esses estabelecimentos. 

Expliquei a eles a minha situação e disse que precisava urgente de clientes porque os meus corretores estavam reclamando e alguns já estavam até indo embora por falta de resultados.

Eles me explicaram que todo cliente está na internet e eles eram uma agência certificada pelo Facebook e pelo Google e por isso tinham expertise para encontrar os clientes que eu precisava.

Lembro que eles me cobravam R$ 3.000,00 por mês pelo serviço + R$ 1.500,00 para investir em anúncios.

Eu gastei mais uma grana com design para ter uma landing page personalizada.

Resultado. Gastei dinheiro atoa.

Eles só me entregavam leads desqualificados e sem nenhum perfil para comprar imóveis.

Eu não quero parecer o dono da razão, mas eu sempre acreditei que quem tenta fazer de tudo não consegue fazer nada 100%. 

Eles atendiam todo tipo de comércio, mas não conheciam as peculiaridades do mercado imobiliário. Um segmento com um ticket muito alto e com uma tomada de decisão muito longa na maioria das vezes.

Eu realmente demorei muito para entender isso e assumir pra mim que precisava cuidar do meu próprio marketing se realmente quisesse ter chance nesse mercado.

Mas o que eu descobri foi algo ainda mais surpreendente e mudou a minha maneira de extrair dinheiro do mercado imobiliário. 

Em 2019 eu comecei a estudar tráfego e desde então, venho gerando clientes para a Tati e a Ro atenderem. 

Hoje eu tenho o completo controle do meu negócio e aprendi a ser remunerado por isso…

Além das duas, eu tenho vários outros clientes que eu atendo em vários lugares do Brasil e cobro um valor de R$ 1.500,00 por mês para gerar esses leads para eles.

Muito mais barato que uma agência de marketing e com toda a minha expertise de mais 14 anos respirando esse mercado.

Há muito tempo eu venho “profetizando” um acontecimento ruim para o Corretor de imóveis. Eu sempre fiquei com um pé atrás em entregar os dados das minhas captações para os portais imobiliários. Apesar de eu não saber bem o que fazer com esses dados na época, algo soprava em meus ouvidos que a pior coisa que eu poderia fazer era entregar as informações desses proprietários para um portal.

A minha certeza veio em uma manhã, quando eu recebi uma ligação de um deles.

Depois daquela ligação tudo começou a fazer sentido para mim e eu comecei a sacar qual é o verdadeiro objetivo dos portais imobiliários.

Primeiro, eles conquistam a confiança do corretor de imóveis. Cobram uma mensalidade para entregar a eles o que eles mais querem na vida. O Lead.

Em troca (além da mensalidade) eles pegam os dados do proprietário e do imóvel, que é subutilizado pela maioria das imobiliárias do país.

Uma troca justa, se não fosse o GRANDE PLANO por trás disso.

Enquanto os corretores e imobiliárias de todo o Brasil estavam ocupados durante todos esses anos captando as informações dos imóveis e dos proprietários e subindo para a base dos portais imobiliários, eles por sua vez, passaram todos esses anos organizando esses dados, estudando o mercado imobiliário, programando super algoritmos e aumentando o seu market share.

Tudo começou em 2006 por dois empreendedores que se conheceram por acaso na Colômbia, o VivaReal desembarcou no Brasil em 2009, somando, na época, 14 escritórios em solo nacional. Em pouco tempo, a empresa saltou por aqui de 60 funcionários para 618, captou mais de US$ 74 milhões em recursos e viu seu faturamento mais do que dobrar a cada ano.

Em 2017 o ZAP e o ViVaReal, os dois principais portais de classificados imobiliários digitais do Brasil, anunciaram que decidiram fazer a fusão de suas operações. Com a união, ZAP e Viva Real e suas empresas Geoimovel, suahouse, sub100 e DataZAP passam a fazer parte do Grupo ZAP VivaReal.

O ZAP, pertencente ao Grupo Globo, na época já recebia mensalmente 19 milhões de visitas e 59 milhões de buscas. O Viva Real, por sua vez, tinha mais de 18 milhões de visitas por mês.

Com 26 escritórios físicos, a expectativa era que os dois portais recebessem, inicialmente, mais de 40 milhões de visitas mensais e mais de 7 milhões de anúncios que gerarão mais de 4 milhões de contatos de interessados.

Em 2020 a OLX Brasil anunciou que terminou a aquisição de 100% do Grupo ZAP por R$ 2,9 bilhões. A empresa reúne agora as marcas OLX, ZAP e Viva Real para atuação no mercado de imóveis.

O CEO Andries Oudshoorn segue no comando do grupo, com ingerência em duas unidades de negócios, a OLX e a ZAP+. A primeira agrega a operação da plataforma de vendas de automóveis, imóveis, bens de consumo, serviços, empregos e a solução de pagamentos OLX Pay. A segunda é focada exclusivamente em imóveis nas marcas que entram para o portfólio.

Em nova configuração, a empresa chega a 1.600 funcionários, 400 deles focados em tecnologia, afirma a empresa. Serão mantidos escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro.

Até aí estava tudo bem, não tinha nenhum problema. Inclusive eu como um entusiasta do empreendedorismo gosto muito de ver e estudar esses movimentos de mercado.

O problema estava justamente no objetivo de todo esse movimento. TIRAR O CORRETOR DA JOGADA.

Em 2021 o Portal Zap manda um e-mail para TODOS OS PROPRIETÁRIOS da sua base (aqueles que os corretores e imobiliárias penaram a vida toda para captarem) propondo que façam negócios direto com os compradores, economizando os honorários de 6%.

No começo confesso que fiquei bem irritado, me senti como um Índio que perdeu as terras para os europeus.

Eu e outros influenciadores do mercado imobiliário começamos a subir uma hashtag #respeitazap que rapidamente chegou ao CRECI e ele emitiu uma nota de repúdio contra essa atitude dos portais.

Depois que passou um pouco a minha raiva, comecei a enxergar uma oportunidade…

Como agora o mercado estava dividido e a índole dos portais estava em xeque perante a todo o mercado imobiliário, eu comecei a reparar no movimento dos corretores de imóveis atrás de conhecimento para aprender a fazer o próprio tráfego.

Mas eu descobri que eu estava enganado. Nos últimos anos eu tenho visto Corretores dos mais diversos segmentos, quase que tendo um “ataque de nervos” na tentativa frustrada de atrair clientes para comprar algum imóvel de sua carteira.

Algumas pessoas me escreveram dizendo: “Rica, eu não sei mais o que fazer para encontrar clientes! Já pago portais imobiliários, coloco placas, ligo para listas frias oferecendo imóveis… já até comprei cursos que ensinam tráfego na internet, mas eu não tenho tempo para assistir e aprender, eu preciso focar nos meus atendimentos!”

Foi quando eu decidi conversar pessoalmente com alguns Corretores entre alunos, mentorados e seguidores. A cada conversa eu me sentia mais desconfortável com as histórias que eu escutava, até porque eu sabia como resolver o problema mas como eu disse, não queria perder o foco do meu conteúdo principal.

A mais recente foi de uma corretora que trabalha de forma autônoma em Campinas - SP.  Ela mandou um áudio pra mim que eu fiquei com muita dificuldade de dormir a noite de tanto que eu pensei a respeito.